quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Teimosia ou Treinador de mão cheia?

Os jornaleiros de serviço já debitaram tanta asneira e tanta sentença, que é tempo de revisitar os casos leoninos tão propalados.
Stojkovic – Lesiona-se num jogo do Sporting em Alvalade. Joga lesionado pela Selecção. Regressa queixando-se da lesão.
É sujeito a tratamento. Volta à Selecção e volta a jogar.
Entretanto, por causa da lesão é substituído na baliza por Rui Patrício.
Treina-se queixando-se de dores na anca, mas exige o lugar na baliza (???).
Paulo Bento constata que o jogador não quer treinar porque está lesionado, mas quer jogar, pergunta se está lesionado ou se simplesmente não quer treinar, mas quer apenas jogar.
Surge a primeira entrevista, onde Stojkovic acusa o Departamento Médico de lhe ter dado alta quando ainda estava lesionado, isto apesar de sempre ter ido à Selecção acompanhado de Relatório Médico desaconselhando que jogasse. Se joga, é porque o Departamento Médico da Selecção dá o seu aval, não é o Departamento Médico do Sporting.
Continua a treinar pouco e mal. Paulo Bento mantém Rui Patrício na baliza e Stojkovic amua ainda mais.
O irmão Vladan dá uma entrevista onde diz que Paulo Bento não respeita Stojkovic e que ele é o melhor guarda-redes do Sporting.
Paulo Bento continua a não ver treinos condignos de Stoj e por isso continua a não contar com ele.
Mais uma entrevista, agora dizendo que é o melhor guarda-redes da Europa, mas quanto a treino digno de um profissional, nada.
O Sporting informa o agente (curiosamente, ou talvez não, o mesmo de Vukcevic) que pode encontrar um clube para Stojkovic.
O jogador vai aos Jogos Olímpicos, e apesar dessa presença e de ser o melhor guarda-redes da Europa, ninguém manifesta interesse nele, com excepção do Everton, que pede para o jogador treinar à experiência. Como é? O melhor guarda-redes da Europa e não o conhecem suficientemente para exigirem um período de experiência?
Sem clube interessado, o Sporting integra-o no plantel, inscreve-o em todas as provas, mas declaradamente com ele não conta.
João Moutinho – Após o jogo como o Blackburn Rovers, para o Torneio Internacional do Guadiana, declara que quer sair do Sporting por razões de ordem pessoal, que não têm que ver com o Sporting.
Paulo Bento afirma que as declarações surgiram em má altura (como se houvesse boas alturas para uma declaração destas), mas reitera a confiança em João Moutinho.
Mais treinos e jogos, onde João Moutinho, apesar de não concretizar o seu desejo, continua a dar exemplo de esforço e dedicação.
Perante um comportamento tão profissional quanto este, Paulo Bento não só reitera uma vez mais a confiança em Moutinho, como afirma que manterá a sua posição de capitão de equipa.
As declarações foram apenas um momento menos feliz, a que todos temos direito.
E apesar das suas declarações, continua a treinar-se em grande e a cumprir no mesmo jogo várias posições no campo, aquela que mais gosta e aquelas que menos gosta, sempre com grande profissionalismo e brio.
Vukcevic – No aquecimento para entrar em jogo na Final da Taça, manifesta o seu desagrado por ter sido suplente, efectuando o aquecimento de forma displicente e desinteressada, num claro comportamento de pouco profissionalismo.
Não há consequências seguintes, porque a época acaba.
No regresso, declara que se é para não jogar, se calhar o melhor é pensar noutro clube.
Joga a efectivo contra o Blackburn Rovers.
Faz vários jogos de preparação, alternando a titularidade com a condição de suplente.
No primeiro jogo da época é suplente e declara que não quer ser suplente e que merece ser titular.
Má aplicação nos treinos resulta em afastamento da equipa.
Na selecção de Montenegro queixa-se a Filipovic que está a ser injustiçado por Paulo Bento.
Filipovic depois de falar com Paulo Bento, aconselha Vukcevic a treinar-se mais e melhor e a acatar os seus conselhos.
Na semana que antecede o jogo com o Real Madrid faz todos os treinos integrado na equipa principal. No último treino faz um treino miserável, é chamado à atenção para a pouca aplicação, respondendo mais ou menos isto: isto é só um treino, não me quero magoar.
Paulo Bento leva à letra o receio de Vukcevic e nem sequer o escolhe para o banco da equipa nesse jogo.
Vai à selecção e lesiona-se no mesmo ombro que lesionara no jogo com o Basileia, da época passada.
Acaba por jogar pela selecção, mas quando chega a Lisboa diz que está lesionado.
Entretanto já declarara que vai sair em Dezembro, despedindo-se dos adeptos leoninos.
Continua a treinar-se pouco e mal.
Deixa de fazer parte das escolhas de Paulo Bento, que para acabar com as mentiras dos jornaleiros do costume, esclarece qual a razão porque Vukcevic não joga, como se fosse algo que não se soubesse já.
Uma vez mais, os adeptos leoninos acreditam-se mais nos jornaleiros que nos próprios elementos do clube.
Claro! Estes adeptos não são facciosos, são mesmo é pouco inteligentes.
Miguel Veloso – Paulo Bento coloca-o a defesa-esquerdo no jogo na Ucrânia, e o jogador manifesta desagrado, bem ao tipo de menino mimado. Os treinos subsequentes mostram um Veloso pouco aplicado, e é afastado da convocatória de Paços.
Yannick Djaló – Paulo Bento coloca-o como avançado recuado no jogo com o Porto, e Djaló falha, manifestando mesmo alguma falta de aplicação. Curiosamente, essa posição não lhe era estranha, pois por diversas vezes substituíra colegas para jogar naquela posição, com bons resultados e aplicação, coisa que foi ignorada pelos jornaleiros do costume.
Aplica-se menos bem nos treinos e é afastado da convocatória para Paços.
CONCLUSÃO:
Mourinho afasta Adriano e Júlio Cruz da equipa do Inter, e é aplaudido.
Rainieri puxa as orelhas aos jogadores da Juventus, e é aplaudido.
Jesualdo Ferreira envia Helton para a bancada e está tudo calado.
E o Paulo Bento é que é teimoso e birrento?
Porque são uns bons e outros são birrentos e teimosos?
Onde está o bom senso e a clarividência dos adeptos leoninos?
Qual foi o jogador que foi afastado por fazer declarações aos jornais?
Se não foi nenhum (e acima já vimos que não foi), porque querem comparar o caso João Moutinho como Vukcevic?
E porque razões os adeptos leoninos vão atrás dos vendilhões do templo, mais conhecidos como jornaleiros, ampliando o burburinho e criando crises onde elas não existem?
Acaso querem apoiar os jogadores que não respeitam a profissão e o clube, em vez de apoiar o treinador que luta contra esta turma de meninos mimados?
Quem responde?

Tiros nos pés

Fartos de tanta estabilidade, os adeptos e sócios leoninos clamam por mudanças.
Quando é que já se viu um treinador estar tanto tempo à frente da equipa do Sporting? Isso não é exemplo da cultura leonina, habituada a ter dois, três e até quatro treinadores na mesma época. É inaudito e inadmissível!
Nem sequer ganhou um Campeonato, apenas duas Taças de Portugal consecutivas, duas Supertaças seguidas e três apuramentos consecutivos para a Liga dos Campeões, coisa que todos sabemos ser menor e que é frequente em Alvalade, logo com pouco valor.
Depois daquela figura esquizofrénica e ridícula que nos entra em casa pela mão da SIC Notícias, acolitado pelos filósofos da bola Luís Freitas Lobo e António Tadeia, bramar aos quatro cantos que Paulo Bento não percebe nada de tácticas e que é teimoso no losango, o que de imediato foi acolhido pelos néscios leões que do futebol têm a ideia que a única coisa importante é ganhar o campeonato, e estão sempre prontos para saltar em cima dos seus jogadores, técnicos e dirigentes, agora vem a nova nomenklatura, ainda sob os desígnios da teimosia, a que se junta um adjectivo similar: birra.
Como já não pega a história do losango, e é mais actual as declarações dos jogadores, agora Paulo Bento é teimoso com os jogadores.
Na primeira linha, ontem como hoje, os mesmos Rui Santos, Freitas Lobo, António Tadeia e João Querido Manha, a que se juntam mais uns comissários da imprensa, exibem Bento como um troféu de caça, e com pompa e foguetes culpam-no dos casos Stojkovic, Moutinho, Vukcevic, Veloso e Djaló, chegando ao cúmulo de tentar criar divisões no plantel (os sócios é mais fácil, pois estes não são muito dados a pensar pela própria cabeça) atirando de má fé com um pretenso tratamento diferenciado entre Moutinho e Vukcevic, quando sabem que nem são casos similares.
Curiosamente, estes artistas que assim debitam, tecem loas à decisão de Mourinho em afastar Adriano e Cruz da primeira equipa do Inter, aplaudem Rainieri por ter puxado as orelhas à equipa da Juventus (dizendo mesmo que está a copiar Mourinho), enaltecem Bernd Schuster e os capitães do Real no caso Sérgio Ramos, e timidamente falam da decisão de Jesualdo Ferreira em enviar para a bancada Helton.
E os verdadeiros bimbos leoninos engolem tudo, como se Paulo Bento fosse o único a ditar regras de comportamento no interior das equipas, a exigir o seu cumprimento, e a punir quem delas se desvia, e como se isso fosse uma birra e uma teimosia, uma forma de estar prejudicial à própria equipa.
Prejudicial seria não agir, como Peseiro (não) fez com Rochemback quando este o mandou “tomar no …”, quando foi substituído nas Antas.
Prejudicial é tomar o partido dos jornaleiros de serviço, em vez de defender quem defende o clube.
Não busco a aceitação dos adversários, ser por eles considerado sensato e porreiro, com boa visão do futebol, pelo que podem chamar-me faccioso à vontade, que é mais uma medalha que coloco ao peito.
Isto de ter opinião própria e não andar ao sabor das opiniões dos outros ou procurar ter opiniões que os adversários aplaudam, tem os seus custos. Eu assumo-os e deles tenho orgulho.
Não sei é se quem assim procede tem orgulho em si próprio, mas isso são contas para outro Rosário.
Não é de hoje, mas é por demais evidente que os sportinguistas são especialistas em dar tiros nos próprios pés.
Este é mais um, nada que espante.