quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Tiros nos pés

Fartos de tanta estabilidade, os adeptos e sócios leoninos clamam por mudanças.
Quando é que já se viu um treinador estar tanto tempo à frente da equipa do Sporting? Isso não é exemplo da cultura leonina, habituada a ter dois, três e até quatro treinadores na mesma época. É inaudito e inadmissível!
Nem sequer ganhou um Campeonato, apenas duas Taças de Portugal consecutivas, duas Supertaças seguidas e três apuramentos consecutivos para a Liga dos Campeões, coisa que todos sabemos ser menor e que é frequente em Alvalade, logo com pouco valor.
Depois daquela figura esquizofrénica e ridícula que nos entra em casa pela mão da SIC Notícias, acolitado pelos filósofos da bola Luís Freitas Lobo e António Tadeia, bramar aos quatro cantos que Paulo Bento não percebe nada de tácticas e que é teimoso no losango, o que de imediato foi acolhido pelos néscios leões que do futebol têm a ideia que a única coisa importante é ganhar o campeonato, e estão sempre prontos para saltar em cima dos seus jogadores, técnicos e dirigentes, agora vem a nova nomenklatura, ainda sob os desígnios da teimosia, a que se junta um adjectivo similar: birra.
Como já não pega a história do losango, e é mais actual as declarações dos jogadores, agora Paulo Bento é teimoso com os jogadores.
Na primeira linha, ontem como hoje, os mesmos Rui Santos, Freitas Lobo, António Tadeia e João Querido Manha, a que se juntam mais uns comissários da imprensa, exibem Bento como um troféu de caça, e com pompa e foguetes culpam-no dos casos Stojkovic, Moutinho, Vukcevic, Veloso e Djaló, chegando ao cúmulo de tentar criar divisões no plantel (os sócios é mais fácil, pois estes não são muito dados a pensar pela própria cabeça) atirando de má fé com um pretenso tratamento diferenciado entre Moutinho e Vukcevic, quando sabem que nem são casos similares.
Curiosamente, estes artistas que assim debitam, tecem loas à decisão de Mourinho em afastar Adriano e Cruz da primeira equipa do Inter, aplaudem Rainieri por ter puxado as orelhas à equipa da Juventus (dizendo mesmo que está a copiar Mourinho), enaltecem Bernd Schuster e os capitães do Real no caso Sérgio Ramos, e timidamente falam da decisão de Jesualdo Ferreira em enviar para a bancada Helton.
E os verdadeiros bimbos leoninos engolem tudo, como se Paulo Bento fosse o único a ditar regras de comportamento no interior das equipas, a exigir o seu cumprimento, e a punir quem delas se desvia, e como se isso fosse uma birra e uma teimosia, uma forma de estar prejudicial à própria equipa.
Prejudicial seria não agir, como Peseiro (não) fez com Rochemback quando este o mandou “tomar no …”, quando foi substituído nas Antas.
Prejudicial é tomar o partido dos jornaleiros de serviço, em vez de defender quem defende o clube.
Não busco a aceitação dos adversários, ser por eles considerado sensato e porreiro, com boa visão do futebol, pelo que podem chamar-me faccioso à vontade, que é mais uma medalha que coloco ao peito.
Isto de ter opinião própria e não andar ao sabor das opiniões dos outros ou procurar ter opiniões que os adversários aplaudam, tem os seus custos. Eu assumo-os e deles tenho orgulho.
Não sei é se quem assim procede tem orgulho em si próprio, mas isso são contas para outro Rosário.
Não é de hoje, mas é por demais evidente que os sportinguistas são especialistas em dar tiros nos próprios pés.
Este é mais um, nada que espante.

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